domingo, 6 de fevereiro de 2011

 Sobre a antropologia histórica da imagem  Embora "educação" tenha sido sempre um conceito central da Pedagogia e o conceito remeta imediatamente ao significado da imagem para os processos de educação e formação, a imagem por muito tempo não foi levada em consideração na Pedagogia. Com o iconic turn, a situação no campo de nossa disciplina se transformou. A imagem se tornou interessante e questionável. "O que é uma imagem?" é uma das perguntas mais fascinantes nas ciências culturais. Em conseqüência desse processo, a imagem se tornou, há algum tempo, um tema para a Pedagogia. Uma questão de interesse central está na imagem como fonte de pesquisa pedagógica. Que informações as imagens contêm sobre a infância, o relacionamento entre gerações, a escola ou a organização dos processos de aprendizagem? Pouca atenção foi dada até agora à pergunta sobre a inter-relação entre a visão, o surgimento de imagens e a formação de imagens interiores. Muito menos consideradas ainda foram as relações entre as imagens filogenéticas e as ontogenéticas, entre as imagens coletivas e as individuais, entre seqüências de imagens e estruturas de imagens. Essa questão conduz à relação entre visão, imagem e fantasia, corpo, cultura e História. Como se relaciona o mundo de imagens interior, individual, o imaginário individual, com o mundo de imagens da cultura, do imaginário coletivo? Tais questões remetem aos fundamentos histórico-culturais, pedagógico-antropológicos da educação e da cultura, e inauguram um campo de pesquisa ainda novo para a ciência da educação.    Fantasia Imaginação Faculdade Imaginativa  A fantasia é uma das capacidades humanas mais enigmáticas. Perpassa o mundo da vida e se manifesta das mais variadas formas. Torna-se manifesta apenas em suas concretizações. Ela mesma escapa a uma definição inequívoca. Fantasia abrange a capacidade de perceber imagens, mesmo quando a coisa representada não está presente. Caracteriza a capacidade de ver interiormente. A mais antiga menção definitória se encontra na Politeia de Platão. No décimo livro do "Estado" a mimese do pintor é definida como imitação de "algo que aparece, como aparece". Em Aristóteles lê-se: A fantasia é um "colocar diante dos olhos (pro homaton gar esti ti poiesasthai), como procede o artista da mnemônica, que escolhe certas imagens", e é aquilo "que, como se diz, faz surgir em nós uma aparição (phantasma)". Na Antigüidade romana, imaginatio substitui a phantasia. Imaginatio caracteriza a força ativa de assimilar imagens, criar imagens. Paracelso traduziu essa palavra para o alemão como Einbildungskraft (capacidade imaginativa). Fantasia, imaginação e capacidade imaginativa são três definições da capacidade humana de assimilar imagens de fora para dentro, portanto de transformar o mundo exterior em mundo interior, assim como a capacidade de criar, manter e transformar mundos imagéticos interiores, de origem e significado variados.  A fantasia tem uma estrutura de quiasma, na qual interior e exterior se cruzam. Tanto Maurice Merleau-Ponty como Jacques Lacan chamaram a atenção para essa estrutura tão importante para a percepção e para a produção de imagens. É insuficiente uma idéia de ver,

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Scraps para OrkutQuem tentar possuir uma flor, verá sua beleza murchando. Mas quem apenas olhar uma flor num campo, permanecerá para sempre com ela. Você nunca será minha e por isso terei você para sempre.Paulo Coelho
Quem quiser vencer na vida deve fazer como os seus sábios: mesmo com a alma partida, ter um sorriso nos lábios.Dinamor

Arquivo do blog

Scraps para Orkut
Se existe no mundo coisa mais aborrecida do que ser alguém de quem se fala é certamente ser alguém de quem não se fala.Oscar Wilde